Enquanto eu viajava pelo sertão afora O meu amor ficava em casa a preparar Um novo coxinilho para a próxima viagem Dormindo sobre ele como era bom sonhar Com fios de algodão por meu amor trançado Meu novo coxinilho ficava bem macio Para ser a minha cama a sombra de um coqueiro No chão de alguma estrada a beira de algum rio Coxinilho, meu leito de algodão Coxinilho, venha forrar meu chão Me lembro de uma vez dormindo sobre ele Na confusão de um sonho eu me senti um rei Com toda a criadagem rodeando o meu castelo Eu vi que era verdade na hora que acordei Eu era o rei da estrada e via nas alturas O exército de estrelas por sobre mim marchar Seus raios pareciam milhares de soldados Batendo continência na praça do luar Coxinilho, meu leito de algodão Coxinilho, venha forrar meu chão De um simples boiadeiro ao dono de um império Não existe diferença se a gente pensar bem O rei dá a suas ordem igual a um boiadeiro Que ao som de um berranteiro as ordens dá também Depois de uma noitada dobrava o coxinilho Por sobre o meu arreio saía no estradão Atrás de uma boiada cantando ia embora Sentindo nessa hora ser o rei do sertão Coxinilho, meu leito de algodão Coxinilho, venha forrar meu chão