Voltando do trabalho irritado, inquieto Tentando esfriar a mente, pouca gente no trajeto Feriado na cidade e eu trampando feito um ouro Fui tomar uma dose pra tirar a zica do couro No buteco o senhor veio me atender - Diz meu garoto o que que você vai querer? Uma bem gelada e na sequência uma Maria Esperando o drink reparei no que acontecia Na mesa ao lado, um tiozinho pálido e com cara de cansado O cara parecia desolado, sob 10 garrafas debruçado Disse que a esposa o havia abandonado Na outra mesa bem no canto, uma balzaquiana Piscou pra mim matando uma dose de cana Jogo em minha direção um guardanapo E disse que comigo ela queria ter um papo Por aí vou vagar, nesse espetáculo é vida, e nela eu devo aprender Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixar eu viver Por aí vou vagar, nesse espetáculo é vida, e nela eu devo aprender Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixar eu viver O senhor trouxe minha cerva e um cinzeiro abarrotado de bitucas Disse que as pontas do cigarro lhe serviam no combate contra ratos Com elas era feito o veneno da arapuca E a tal da donzela, que figura Logo vi que ali tinha uma fera insaciável cheia de ternura Pois nesse mundo sem doçura Somente o amor pra consolar as perdas de uma vida dura Me aproximei e logo perguntei seu nome Ela sorriu com dente sujo de batom: - me chamo Ivone! Diz mancebo, o que que você tem pra mim? Te levo pra minha casa e a nossa noite não tem fim! E eu disse a ela que só estava de passagem Vou tomar meu drink e seguir minha viagem Mas meus hormônios, são como demônios Ela pede outro e agradece a santo Antônio Por aí vou vagar, nesse espetáculo é vida, e nela eu devo aprender Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixar eu viver Por aí vou vagar, nesse espetáculo é vida, e nela eu devo aprender Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixar eu viver Sentei de frente a ela e dei um gole na bebida Mole e deprimida ela estava antes Se encheu de vida, toda insinuante Na Jukebox Fábio Jr e Guilherme Arantes Bem devagar foi que me envolvi Um brilho no seu olhar a me tentar, não pude resistir Sem pernas pra fugir, internamente eu era um vulcão e tava prestes a explodir Mas pedi licença, fui até o banheiro Não era mais solteiro, então tinha que me conter por inteiro Como combater o desespero contra o poder de um santo casamenteiro Voltei olhei pra mesa, ela não estava Pergunto ao senhor onde a donzela se encontrava - Ela foi embora junto com aquele tio Você não sorriu pra vida quando ela lhe sorriu Por aí vou vagar, nesse espetáculo é vida, e nela eu devo aprender Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixar eu viver Por aí vou vagar, nesse espetáculo é vida, e nela eu devo aprender Eu vou bem devagar, sem vacilar, deixar eu viver