Fico sozinho, então, foi a herança que ficou - Meus estilhaços espalhados pelo quarto. E este cobertor é uma prisão, O que ensinaram nesta escola? Não posso jogar bola depois das seis, Hoje esta chuva de verão é mangue. Hoje, comemos chumbo e drogas na manhã E à noite, a chuva leva tudo. Nem um traficante pra caber no bote - Todo mundo morre igual. Todo mundo chora igual e vive o mesmo medo - De não ser aquilo que sonhou. E o que ficou destas rixas inúteis E os trincos nestas portas? O medo do pivete, ou da prisão? O que ensinaram nesta escola? O que restou, o homem bomba ou o bombeiro? O fim do mundo, ou o Janeiro? O míssil transatlântico, ou o violão? O dedo no gatilho, ou a razão? Nem um traficante pra caber no bote - Todo mundo morre igual. Todo mundo chora igual e vive o mesmo medo - De não ser aquilo que sonhou. A gente discutindo sem saber, Que a mesma dor em mim é a de você, E vai cismando que não entende - Todo mundo mata igual e tem sua culpa por sofrer.