Conto o tempo e contra o tempo, eu já não tenho tempo Só palavras vazias Algarismo entre risco, e alguns risos Sol alto tardia, bom dia Como um giz quebrado, pó em minhas mãos Deslizando em um quadro Narro minhas aventuras ao silêncio Com vinho barato, no quarto É, pode ser, que o desenho, saltando do braço faça O refrão de uma canção, e abra a cortina, esguia Paro o astro com ponteiro, eu reconheço o erro E atuo de novo a cena de um precipício, só pra sentir o vento Conto segundos inversos, salmão e correnteza, lutando em não ser presa Voltando ao começo, sem medo Grito o deserto inteiro, eu quebro o espelho E procuro em pedaços, um abraço forte Que me aqueça o frio Em um minuto desperto, fragrância de veneza Anel de tarja preta Estou acordado Vivendo um pouco igual a você