Botei o charque na mala, cuia cambona e sal grosso De bota, bombacha e pala, chapéu, lenço no pescoço Lembro momentos da lida em campo, terra e galpão Vida que moldou coxilhas nos calos da minha mão Sigo o sol, meu sinuelo, ao norte do coração Levo o ofício na garupa e a benção do meu patrão Afio a faca pro charque que corto sobre a carona Enquanto a trempe sustenta e o fogo aquece a cambona Cevando um bom mate amargo na sombra do pingo bueno Eu sorvo um mate saudade de um lindo rosto moreno Nas botas o pó da terra, melena tordilha e rala Durante toda minha vida o rio grande foi meu pala Um dia volto pro rancho jugado com a madrugada Enquanto isso tropeando levo minha vida na estrada