Fala-me a verdade Já não há vaidade Vou ficar na rua E beber só mais um copo Abro um vinho, ainda me afogo À espera de uma imagem tua Fala-me a verdade Não tens de ter saudade Porque eu não sou só tua Vou beber só mais um copo Abro um vinho, ainda me afogo À espera de uma imagem tua Eu ‘tou à espera da chamada que poucas vezes fazes E fico a querer ouvir o que o teu fado diz ‘Tás tu e os teus poemas Eu quero esse espaço Escreve as tuas canções nas minhas cicatrizes E presta atenção ao parágrafo Entra na minha métrica Eu quero que entendas Tu p’ra mim não és só estética Mas eu nunca fui teu Combina comigo Vem-me encontrar na minha rua A dar baile ao cupido Ou pega o copo, chega perto Senta ao pé de mim E não digas que não és só minha se me olhas assim Então se tu queres a verdade Eu sinto saudade E hoje sou eu que faço questão que passes aqui Vem conhecer a minha casa Quero-te sentir perto quando a luz se apaga Eu adoro o teu cheiro na minha almofada E mesmo que amanhã não venhas Ouve a chuva a bater nas telhas Enquanto a noite não acaba Hoje vou p’ra casa a pensar em ti Amanhã faço questão de nem passar aqui Em cada rua um apagão Apaga a luz carmim Deito o copo ao chão só para pôr um fim A esta noite A esta noite Fala-me a verdade Não tens de ter saudade Porque eu não sou só tua Vou beber só mais um copo Abro um vinho, ainda me afogo À espera de uma imagem tua