Granfino nojento cheirando a nobreza Talvez tu te irrite com a minha franqueza Tu falou comigo arrotando grandeza Desfez dos meus versos com tanta frieza Tu agarra agora a minha defesa Meus versos é o pão que tu não tem na mesa Não são os produtos da tua baixeza Que não valoriza a própria natureza Que é pura e saudável cheia de beleza Meu cheiro é de terra de chuva e mormaço Meu gosto é o fruto que dá no baraço Meu canto é dos pássaros que voam no espaço Por cima de ti granfino palhaço Teu cheiro é de selva de cimento e aço O esgoto começa lá noteu terraço Teu dinheiro eu dobro com os versos que faço Eu chupo a cereja e tu come o bagaço Granfino mofado o xote e a rancheira É música do povo melhor que a estrangeira Granfino nojento não diga besteira Meus versos são cores da nossa bandeira Também em mulher eu te deixo na poeira A minha é simples é linda e faceira Morena gaúcha doce brasileira Tem cheiro da flor dos campos da fronteira Granfino eu te encosto no pau de arueira