O quanto mais te magoei, de que nem há mais lembrança Peço desculpa neste poema impaciente A angústia que precede cada palavra O quanto mais é verdadeira que uma lágrima? O traço romântico que contorna meu pensamento se justifica Pelos sonhos que ainda não se cumpriram, nem devam Meu constrangimento vem se despedaçando pelo asfalto Puxado por seu cavalo desajeitado Não olhe para mim, não julgue meu modesto id Nem minhas palavras A frase que sobra, a tristeza que nos pune em silêncio Amargar o sabor da amizade que um dia nos fez especiais e inconfundíveis Às vezes penso demais (antes que o mundo descubra o que eu penso) Nos vícios e perigos do próximo passo Se falar ou se calar, sem nada saber de nada Sou punido pela ousadia de querer cativar olhos e bocas Às quais minha maldade assina Mas talvez não penso em nada disso Talvez use a tristeza como arma da minha arte E o lápis meu calado cúmplice… Não sei orar desculpas, não sei fingir olhares e bocas Nem sei fugir de casa! Fora do meu quarto me atrapalho Tropeço entre risos e ousadia de dedos maleducados Mas o que importa da madeira na moleira Nem o quanto suportei a angústia até a última palavra