[Função] Sô função, pra quem não tá ligado me apresento, e as ruas represento Dá licença aqui deixa eu chegar nesse balanço É quente negrão a ideia que eu te lanço Estilo original, de bombeta branca e vinho Vai, só não vai pra grupo com neguinho Ando gingando com os braços pra trás Só falo na gíria, e pros bico é demais Forgado, afronto os gambé, sou polêmico Na favela o meu diploma acadêmico De tênis all star, de cabelo black Meu beck, a caixa e o bumbo e o clap Cresci ali envolvidão com a função Na sola do pé bate o meu coração Esse som é do bom, dá uns dois e viaja Nós somos negros não importa o que haja O ritmo é nosso, trazido de lá Das ruas de terra sem luzes e pá O fascínio não morre ele só começou Das festa de preto que os boy não colou Sou o que sou, vivo aquilo que falo Meu rap é do gueto e não é pros embalo Vagabundo, se for pra somar chega aí Paguei pra entrar e nunca mais vou sair Então venha que venha, dinheiro eu quero Uma linda mulher e um belo castelo Eu sou raiz, mas cadê você A função e o funk jamais vão morrer [Dexter] Muito amor, muito amor, pelo som, pela cor A herança tá no sangue louvado seja meu senhor Que me quis descendente de raiz Preto, função, sou sim, sou feliz Favelado legítimo escravo do ritmo Dos becos e vielas eu sou amigo íntimo Dexter, o filho da música negra Exilado sim, preso não com certeza O rap me ensinou a ser quem eu sou E honrar minha raça pelo preço que for Dos vida loka da história eu sou um a mais Que te faz ver a paz como soro eficaz No gueto jaz, o inofensivo morreu Pela magia do funk renasceu o plebeu Aí fudeu, o monstro cresceu se criou Agora já era, é lamentável doutor A guerra já não é tão mais fria assim Sou pelos função e a função é por mim Até o fim, plim, nossa luz contagia Assim como o Sol, que clareia o dia E aquece o pivete que dorme na rua Que passou a madrugada em claro a luz da Lua Se situa, que o que ofereço é muito bom Força e poder, dom através do som Negô, vem com nós, mas vem de coração Por paixão, por amor não pela emoção firmão Pra ser função tem que ser original Apresentando e tal mais um irmão leal [Mano Brown] Ser vida loka aqui está então pode saber Deixa as dama aproximar jão opa tamo aê Na arena mil juras de amor ao criador que nos guia Antes de nada mais para nós muito bom dia Salve! Deixa eu chegar meu irmão lêlê Por que não monstro? Viva negro Dexter De vinte em vinte eu paguei duzentas flexão Calçando um jeito de burlar a lei e a minha depressão Menino bom mas, pobre, feio, fraco, infeliz, só Se sentindo o pior vários monstro ao meu redor Com tambor de gás fiz mais cinqueta em jejum Ódio do mundo eu via em tudo, filme do Platoon No café o açúcar com limão no abacate Puta eu olhei a blusa suja de colgate Se ser preto é assim ir pra escola pra quê? Se o meu instinto é ruim e eu não consigo aprender Esfregando calças velhas fiz a lista do tanque Era um barraco sim, mas meu castelo era funk Folha seca num vendaval, um inútil É morrer aos pouco eu me senti assim, tio Eis que um belo dia alguém mostrou pra mim Uma reunião tribal, James Brown e All Green, uau, sex machine O orgulho brotou, poder para o povo preto, que estale os tambor Veio as camisas de ciclistas, calça lee, fivelão Tênis farol white uou uou uou ladrão Há seis mil anos até pra plantar Os pretos dança todo mundo igual sem errar Agradencendo aos céus pelas chuvas que cai Santo Deus me fez funk, obrigado meu Pai Nem por isso eu num Vou jogar filé mignon pras piranha O pierrô contra os playboy fuma maconha Não vejo nada, não vejo fita dominada Eu vejo os pretos sempre triste nos canto do mundão Então morô jão, um dois um dois drão Aham aham, alma, mente sã, corpo são Dexter tem que está, com fé no Senhor Tem que orar, tem que brigar, tem que lutar negro Ah meu bom juiz abra seu coração Se ouvir o que esse rap diz ia sentir o perdão Meu argumento é pobre, mas a missão é nobre Mestrão irá saber reconhecer o homem bão Deixo aqui desde já, promessa de voltar É só querer, é só chamar que eu estarei lá Eis o doce veneno vivendo e vivão Um dia por vez, sem pressa, fui nessa negrão Sô função