Quando estendo os pelegos Querendo dar um cochilo Pensando em sestear tranqüilo Só pra aliviar a ressaca Parece que o bicharedo Tem gosto em fazer alarde Até um terneiro do tarde Se extravia da vaca Um pica-pau entonado Chega a remanchar o bico Contra o palanque de angico Junto à cancela da frente Uma gansa impertinente Se esgoela chamando o macho E nunca falta um leitão guacho Pra fuçar nos pés da gente (Nessas tardes de verão Em plena segunda-feira Não tem proposta que sirva Pra curar essa lombeira) Um marimbondo traz barro Para o seu rancho comprido E se atraca num zunido Que é o seu canto de trabalho A garnizé alarmenta Faz propaganda do ovo E um lote de cusco novo Faniça embaixo do assoalho A porta da estrebaria Parece que se espreguiça Ao ranger das dobradiças Num vai e vem insistente E no esteio a mamangaba Quase derrete a verruma E a varejeira se apruma No ouvido do penitente (Nessas tardes de verão Em plena segunda-feira Não tem proposta que sirva Pra curar essa lombeira)