É que me deu Uma vontade de cantar Uma toada improvisada Pro povo do meu lugar Falando de valor Do povo sofredor Que é tão trabalhador E têm coragem pra lutar Cultiva sua terra Na beira da serra Sua virtuda intera Com a semente que plantar De manhãzinha Quando o santo calo canta No mocambo se levanta E tira o lomb do jirau Vai pro roçado E só volta de tardezinha Come fava com farinha Temperada n'água e sal Lembrando do vaqueiro Que abóia o dia inteiro Fiel ao fazendeiro Só vive a trabalhar Tempo de apartação Laça o boi no mourão E só tira o gibão Na hora de se deitar A sertaneja é prenda da natureza Tem a graça da beleza E a braveza do lugar Vai à cacimba Com um pote na cabeça E volta antes que anoiteça Com água para se banhar Falar desse Nordeste Sertão cabra da peste Se o poder investe Tudo pode melhorar Chegou Televisão Ainda falta feijão E a situação Tá assim, vou lhe contar Está mudando Apagou-se o candeeiro A luz solar tah no terreiro Mas a fome tá por lá Nosso caboclo Ainda sabe dançar coco Mas vivendo do sufoco Tudo pode se acabar.