Na mente do preto velho o passado vem chegando Trazendo poeira da estrada e um carro de boi cantando Cansado da dura lida sozinho vai lamentando Prozeando com a saudade Foge da realidade e no tempo vai voltando Chega no campo bonito lá no oco do sertão Senta na sombra frondosa de um grande figueirão Procura a junta de boi na doce recordação A vista lá no mangueiro Diamante estradeiro Ponteado e furacão No casarão da fazenda vai rodeando o terreiro Procurando o mujólinho na sombra do inguazeiro Nem tudo está como antes E o tempo é traiçoeiro Mas no açoite do pilão Clareia a recordação Depois de tanto janeiro Nas águas que vem da mina Sua história vai passando No compasso da batida do munjólo trabalhando Sente o peso da idade Nas tuas costas pesando Preto velho então chora Fecha os olhos, vai embora Pelas nuvens flutuando