Oh! Ironia Era um poeta que um dia Assobiou ao acaso E por surpresa, quem diria Era eu sua montanha desmoronada Sua vitoriosa derrocada Sua honestidade tardia Me desmorono, pela vontade, pela potência E me transformo numa esfinge de estilhaços Dando graças a algum deus muito distante Ou o representante de todas as mortes no céu Um céu, há muito tempo, morto de estrelas Morto, morto, morto E quem sabe?! Pela força da sua traição Pelo sangue jorrando de uma só veia De uma transbordada paixão! A medida sendo a falta, seja lá qual for a falta Falha, amor, infâmia, elegância Eu amo duelar com todas as partes da existência Vida, morte, vitória, fracasso, vazio Um derradeiro sopro de audácia Dessa indecifrável coragem Reerguendo com a astúcia de um gesto lento Uma inevitável eternidade