Pé na estrada, pau-de-arara sou cigano Cabeça chata pois eu vim, do Ceará Eu sou mais um rapaz latino americano Que se lamenta e tem medo de azar Sai do Norte com o Sol do meio-dia Peguei carona na bolê, de um caminhão Fui para o Rio de Janeiro ver Maria Luzanira vi um assalto Me chamavam de ladrão Eu não queria que dinheiro fosse tudo Muita gente se matando Pelo um pedaço de pão E as pessoas não se falam como antes Preconceito desvairado Com a cor do seu irmão Tô dividindo kitinet com José Um Paraibano Que ia sempre à Canindé, rezar Ele me disse, que foi duro no início Mas acostumou com isso Sempre pensa em voltar Minha madrinha Djanira me espere Vá fazendo renda Que estou, chegando já Vida de gado é a vida de peão Quanta saudade, que eu sinto do sertão Eu vou! Sei que vou voltar! Pro meu Nordeste que um paraíso E é o meu lugar! Eu vou! Tô chegando já! Pro meu Nordeste Pois não há no mundo Um melhor lugar! Não me acostumo em cidade grande Esse mundo é diferente do que conheci Eu vejo engaiolado em edifício Um tremendo reboliço Coisa que eu nunca vi Lá em Brasília tem disputa de poder Político fazendo nada E o povo querendo ver, acontecer Compra o seu voto pra o futuro da nação Faça valer o seu papel de cidadão Eu vou! Sei que vou voltar! Pro meu Nordeste que um paraíso E é o meu lugar! Eu vou! Tô chegando já! Pro meu Nordeste Pois não há no mundo Um melhor lugar! Eu sou sertão, vim do Ceará Sou um Paraíba, mas eu chego lá!