Lá no bairro onde eu moro meu carro chama atenção É um taxi muito velho mas serve a população Pra dirigir o meu carro ninguém sabe do macete O povão apelidou meu taxi velho de cacete Todo dia bem cedinho antes de romper a aurora Abro a porta da garagem, tiro o cacete pra fora Encero ele inteirinho e com um pano eu vou lustrando Depois saio pro serviço com o cacete brilhando Um dia choveu demais, e eu fiquei desesperado Deu enchente lá na vila, foi lama para todo lado Assim que parou a chuva fui empurrar o danado Só ouvia o povão gritando "o cacete tá atolado" No dia de casamento, eu lavo até o porta-mala Engraxo bem o cacete deixo no ponto de bala Quando a noiva entra nele se assusta e acha graça Porque nunca tinha visto um cacete soltar fumaça Quando é dia de baile o meu carro é procurado Troco o óleo todo dia meu cacete é bem cuidado Se não pega na partida, o meu carro é empurrado Quem sentar no meu cacete fica bem acomodado