Não vou ser o juiz que decide quem fica vivo Desse tipo de poder, cuzão! Eu não preciso Reservam pra mim só um caminho pro status: O do refém em pânico, encharcado de álcool Quero fugir do desastre arquitetônico Só que a Rossi não dá visto pra avião supersônico Cansei de ver mano feliz, orgulhoso Com seu Browning belga .50 novo Condecorado com tatuagem no braço Simbolizando o gambé que ficou em pedaços Mão pro alto não é o máximo que eu posso chegar Deixa o Arthur Milionário dar asas pra eu voar Sala de chat, intercâmbio em Nova Jersey O Chiquinho Scarpa Jr. tá pronto pra ser chefe Com doze anos, adesivo de cem países na mochila Igual ao papa, falando mais de sessenta línguas Pra mim não dão Land Rover pra eu fazer off-road A aventura é pular muro e buscar o rango de hoje Pra que limusine no crime, se no final do filme O laudo aponta no meu crânio três balas de rifle Vaca, enfia no cu sua bolsa, seu colar Não vai se masturbar, gozar, vendo o PM me matar Os moleques só precisam de um exemplo de glória Ver um da favela vencendo sem pistola Não quero o poder que o sistema oferece Através do refém cuzão fazendo prece Quero nome na Calçada da Fama sem morte Ser exemplo de vitória sem fuzil no carro-forte Presidente, põe a primeira-dama no puteiro Mesmo com mil clientes, vai ter nojo do dinheiro Nota suja com lágrima, fruto de dor Não tem valor, é conquista sem sabor Quem não preferia sem velório Comprar um carro com computador de bordo Pedir pro corretor a conta pra depositar Pra amanhã eu pegar a chave do apê de vista pro mar Queria minha filha na montanha russa Sem lembrar do grito de dor de nenhum filho da puta Também sonho com o mundo sem grade, sem lança Sem miolo de segurança perto das crianças Imagino o sorriso do tio mais humilde Trocando maderite por uma goma estilo Alphaville Tendo CEP e endereço, pra nunca mais no crediário Ser discriminado porque é favelado Os cu critica, mas insisto: acaba de FAL Quem de quintal tem esgoto com porco, tipo curral A criança que não anda só tem um problema: Não ingere carne nem leite, desnutrição extrema Barrigudo, inchado, só pro sistema é saudável Com o sistema neurológico afetado é robô pra ser dominado Na certa, não vai almejar cargo político Mas vai mandar fita de vídeo torturando seu filho Não quero o poder que o sistema oferece Através do refém cuzão fazendo prece Quero nome na Calçada da Fama sem morte Ser exemplo de vitória sem fuzil no carro-forte Igual o Zico, driblei todos os convites Hoje era pra eu tá fazendo atentado com dinamite Explodindo o fórum, matando promotor Lançando um Best Seller: As Mil Faces da Dor Eu disse não pro magnético com senha, com tudo Era só pôr o clone e digitar pra ter o lucro Pensei no carrinho lotado no Extra Também no diabo rindo com o buraco na minha testa Vejo os manos oferecer TV, computador Da carga que catou e o satélite não rastreou Pentium, laptop, Sony Wega, Philco plasma O plaquê de nota abala, mas no fim sei como acaba Em outra carta da cadeia, em tom de despedida Indo pro saco envenenado porque matou policia No gabinete do político tem seu boneco Igual ritual vudu, enfia agulha e bate prego Te faz ir pro aeroporto buscar sua chance: Engolir droga e na Europa tomar laxante É um 147 ou um carro-forte com grana Só de bazuca assina o nome na Calçada da Fama Engaveta seu sonho de gerente contábil Não tem carteira pra você estudar sentado Meu povo quer cargo político, poder aquisitivo Não quer status com sangue de rico Não quero o poder que o sistema oferece Através do refém cuzão fazendo prece Quero nome na Calçada da Fama sem morte Ser exemplo de vitória sem fuzil no carro-forte