Meu filho, vem cá, corre! Vem sentar aqui comigo Sou teu pai, sou teu amigo! Quero te aconselhar Olhe na parede, aquele prego, ali pregado Ele sabe o meu passado, mas eu quero te contar Naquele prego Eu já pendurei meu laço O arreio do Picasso Cavalo de estimação Um par de esporas Que custou muito dinheiro Um chapéu de boiadeiro Que eu lidava no sertão Naquele prego Pendurei muito cansaço Muito suor do mormaço E poeira do estradão E quantas vezes Minha mágoa pendurei Sentimentos eu guardei Pra não magoar teu coração De agora em diante Vou tirar dele meu laço O arreio do Picasso E as esporas vou guardar Naquele prego Pendure uma sacola Cheia de livros da escola E vontade de estudar Quando amanhã Você estiver aqui sentado Lembrando nosso passado Olhando o prego pioneiro Quero que seja Um doutor bem afamado Diga sempre em alto brado Sou filho de um boiadeiro!