Quando a brisa mansa vem findar a linda tarde E a peonada se recolhe pro galpão A palha fina é pra fechar um bom palheiro Fumo em rodela desfiado na própria mão Braseiro aceso pra aquecer a madrugada Viola afinada pra compor uma canção Versos campeiros sem conhecer melodias E a ovelheira lambe a cria lá num canto do galpão Pra quem conhece sabe que isso é verdade Aqui na campanha a vida é mesmo assim Eu não consigo entender tanta maldade Voltei pro campo e a paz voltou pra mim Costela gorda já se encosta no braseiro E o pão caseiro vai assando no fogão É fim de tarde a criação já bem tratada Essa é a vida da peonada no galpão Eu sei que a vida nos guarda muitos segredos Conto nos dedos os amigos que encontrei Não fui criado pra viver a falsidade A paz do campo é o motivo que voltei