Numa lobuna, potrinha boba de freio Apertei bem os arreios, e larguei no rumo da aguada Pra tomá um trago e atirá um osso ferrado No bolicho do pintado, metendo suerte clavada Trote monarca, cacho atado a cantagalo Pois se ando de a cavalo não é de medo das cobras Ganho minha vida pechando boi sobre as garras E às vezes faço uma farra, sempre que a plata me sobra Vinha cruzando, num rancho costa de cerro E nisso me atira um beijo, uma linda na janela Nego pachola já quis me luzir pra outra Levei o corpo na potra e esbarrei lá junto dela Achei bonito e fiz uma graça com o pala E a lobuna se resvala e prende um coice nos talher Perdi os estribos, de pronto as rédeas me toma Fui botar fora essa doma só por causa de mulher Peguei o grito e a lobuna não me ouviu Em duas se repartiu mandando lombo comigo Me agarrou mal, e eu tive que cruza a perna Só Deus é quem me governa, mas eu respeito o perigo Mas que serviço, mas que baita gauchada Na frente dessa morada perfumada de jasmim Fiquei de a pé, e ela rindo na cancela E essa linda da janela nem era tão linda assim