Caía a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos A lua, tal qual a dona de um bordel Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel E nuvens, lá no mata-borrão do céu Chupavam manchas torturadas Que sufoco Louco, o bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil Pra noite do Brasil, meu Brasil Que sonha com a volta do irmão do Henfil Com tanta gente que partiu Num rabo de foguete Chora a nossa pátria, mãe gentil Choram Marias e Clarices No solo do Brasil Mas sei que uma dor assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança Dança na corda bamba de sombrinha E em cada passo dessa linha Pode se machucar Azar, a esperança equilibrista Sabe que o show de todo artista Tem que continuar