Morreu um mulato véio Com quase duzentos ano Ficou a véia resmungando Ali em riba da carcaça Eu fui pra lá dá uma mão Moiá a goela com cachaça Eu assim de pêlo liso Negaciando igual raposa Quando eu ando sem muié Faço cosca em quarquer cosa Fincão, percebejo e purga No rancho era uma tristeza Não tinha banco nem mesa Sentemo o morto no chão Escoremo cumas pedra E alumiemo com tição Eu assim de pêlo liso Negaciando igual raposa Quando eu ando sem muié Faço cosca em quarquer cosa Terminou o sebo do candeeiro Fiquemo na escuridão E eu fui assoprá o tição Caí por riba do corpo Peguei na perna da véia Oigatê serviço porco Eu assim de pêlo liso Negaciando igual raposa Quando eu ando sem muié Faço cosca em quarquer cosa Nisso acenderam um candeeiro E eu tava desajeitado Um facão enferrujado Me farquejaro o ouvido Cubiçar muié de morto É um pecado bem comprido Eu assim de pêlo liso Negaciando igual raposa Quando eu ando sem muié Faço cosca em quarquer cosa Eu assumi sem querê A véia do falecido Toma banho de vestido Passa pitando e guspindo De noite não deixa eu durmi Passa roncando e tussindo Eu assim de pêlo liso Negaciando igual raposa Quando eu ando sem muié Faço cosca em quarquer cosa Tava meia estragadinha do peito a muié véia, mas o resto tava bão! Meu amigo tio nanato