Abro meu peito cantando de toda goela Contar uma história é o trancão dessa vaneira No Itaqui, lá no parando rodeio E um índio taura desses xucro da fronteira Vinha dançando num jeitão meio engraçado Resbalou e caiu planchado pior que um touro na mangueira Meta le bota parceiro, coiceia a cola Que as bota véia já foi feita pra gastar É madrugada e o dia já vem clareando E o baile véio vai até o sol esquentar Meta le bota parceiro, coiceia a cola Que as bota véia já foi feita pra gastar É madrugada e o dia já vem clareando E o baile véio vai até o sol esquentar O xirú véio levantou encabulado Bateu com a mão a bombacha pra tirar o pó Envergonhado e vermeio igual um peru Daquele tombo de estralar os mocotó Seguiu dançando com o lombo que era uma foice E o pescoço que parecia um socó Meta le bota parceiro, coiceia a cola Que as bota véia já foi feita pra gastar É madrugada e o dia já vem clareando E o baile véio vai até o sol esquentar Meta le bota parceiro, coiceia a cola Que as bota véia já foi feita pra gastar É madrugada e o dia já vem clareando E o baile véio vai até o sol esquentar E o Gerson Berge cantava de peito aberto Nesse fandango onde o taura se planchou De lombo arcado dançava olhando pro chão Foi desse jeito até que o baile terminou E até hoje ele dança coiceando a cola Esgualepado da planchada que levou Siga dançando parceiro, do mesmo jeito E não dê bola pra o comentário do povo Num outro baile tu dança coiceando a cola Mas só te cuida pra ti não cair de novo Meta le bota parceiro, coiceia a cola E não dê bola pra o comentário do povo Num outro baile tu dança coiceando a cola Mas só te cuida pra ti não cair de novo