Do silêncio a sensatez, a voz de mais um louco Um grito rouco que representa a voz do povo Do sonho de vida virando um pesadelo Sente o efeito... A rima contrariando o desespero Medo... Nossa conduta é um mistério Um passo no inferno à letra borrada de um caderno Manifestos da favela que enxerga, se liga A vida só tem valor quando agente valoriza Resumindo o tempo não para a voz que nunca se cala Eu sou a palavra que destroça como uma arma Munição nunca acaba, meu alvo é a ignorância O desespero de um pai de família, o prato vazio de uma criança Arrogância, desamor, a esperança que se desfaz Eu vi comprarem a guerra e agora tentam comprar a paz Ainda tem mais, promovem a moda do desemprego Eu sou um “jovem cidadão” correndo atrás do “primeiro emprego” Da humilde moradia, covardia, barriga vazia A grande população que trabalha pra minoria Que controla que governa “Projeto nacional de incentivo à miséria” Eu sou a voz da greve, a voz o rap Sou povo pobre, vivendo a comédia não se diverte O terror sem gravata autoestima e os guerreiro Conselho exija seus direitos bem daquele jeito Jogo... A vida é assim, fogo contra fogo Aqui é (bem mais loco) representando a voz do povo Minha palavra não passará, Deus vai ser por nós Um, dois, um, dois ai... Quem é contra nós Se Deus é por nós, quem é contra nós Não estamos sós, nós somos a voz Da desobediência contida na memória Eu sou o futuro, vivo o presente, fui o passado e virei história Trajetória rimada, eu sou o lamento, eu sou a senzala O escravo moderno, o calo na mão mexendo a enxada Poesia declamada, liberdade, sociedade Refém do capitalismo no lado pobre da cidade Ou um quadro de terror renascendo todos os dias Uma bala perdida, eu rimo a necessidade da família Um filho único, bastardo, criado por mãe solteira A família brasileira, o leite em pó na mamadeira O final da feira, a cesta, a pedra branca no xadrez A falta de grana e alimento, o desespero do fim do mês Sinal da cruz, herdeiro de quem matou Jesus A água não canalizada ou a gambiarra trazendo a luz Pra iluminar a controvérsia, a nossa trajetória Já inventaram a escrita e eu continuo na pré-história Eu sou a voz do pobre, um som nobre trazendo a sorte O som do caos no alto-falante aqui batendo forte Eu sou a revolução de dentro do cativeiro Eu sou o “ritimo alternativo protestante brasileiro” Se Deus é por nós, quem é contra nós Não estamos sós, nós somos a voz