Penduro-me na tua voz E atravesso o mundo Descolo tão lentamente No escuro profundo De olhos vendados, rendidos E acedo com a palma da mão À imensidão dos sentidos Qual rio salgando o seu corpo no mar – vou na tua voz Eu, rio, a onda querendo chegar – e tu minha foz Penduro-me na tua voz E o deslumbramento Respira na minha pele Como vela ao vento Teu canto vem abraçar-me Não há n’alma desassossego Que ele não desarme Qual rio salgando o seu corpo no mar – vou na tua voz Eu, rio, a onda querendo chegar – e tu minha foz