Por entre entranhas de rocha e areia Que contam histórias da terra do Sol Formações de pedras que lembram um farol Planícies abertas de fina poeira Resistindo ao tempo e quebrando as barreiras Gigantes falésias escondem o luar Jazigos antigos dos povos de lá Em meio a pilares cobertos de vida Fitando o horizonte e sentindo a brisa Do velho sertão que um dia foi mar Mil faces ocultas lançam seus olhares Lembram sentinelas guardando o lugar Que em tempos remotos servira de lar Praqueles que andavam em meio a esses vales Cultuando a terra e erguendo altares Mais pura energia fluindo no ar Memórias cravadas por todo o lugar Revelam segredos da vida nativa Fitando o horizonte e sentindo a brisa Do velho sertão que um dia foi mar Infinda janela aberta no tempo Mirações transbordam do interior Que mostram embates de guerra e amor Conflito profundo eleva o pensamento Sentir gratidão, contemplar o silêncio E na imensidão poder se misturar Como as plantas e bichos que habitam o lugar E a água que brota das pedras polidas Fitando o horizonte e sentindo a brisa Do velho sertão que um dia foi mar